Confresa, no coração do nordeste mato-grossense, guarda em suas raízes um passado profundo, marcado pela força, sabedoria e resistência dos povos indígenas. Muito antes da chegada dos não indígenas à região, essas terras já eram morada de diferentes etnias, como os povos Tapirapé e Xavante, que viviam em harmonia com a natureza, conhecendo seus ritmos, segredos e curas.
A “descoberta” dos povos indígenas em Confresa pelos colonizadores não foi um encontro comum. Foi, para muitos, o início de uma história difícil — marcada por conflitos, medos mútuos e tentativas de imposição cultural. Mas também foi, com o tempo, uma jornada de aprendizado, respeito e aproximação.
Nas primeiras décadas do século XX, com a expansão das frentes de colonização e garimpo, os indígenas passaram a ser vistos — muitas vezes com receio e preconceito. Mas havia também aqueles que estendiam a mão, dispostos a conhecer quem realmente eram aqueles povos: guardiões de saberes, cultura e espiritualidade.
Com o passar dos anos, e com o amadurecimento da sociedade, a convivência foi se transformando. Projetos de aproximação começaram a nascer, professores e lideranças locais passaram a ouvir as vozes indígenas, e as crianças — indígenas e não indígenas — começaram a compartilhar os mesmos espaços, as mesmas salas, as mesmas brincadeiras.
Hoje, em Confresa, ainda existem desafios, mas a realidade é outra. A convivência entre indígenas e não indígenas caminha cada vez mais para o respeito mútuo. Em feiras, escolas, encontros culturais e até nas decisões políticas, os povos originários têm voz, têm rosto, têm história reconhecida.
Essa convivência humanizada, sem distinção, é fruto de muito diálogo, empatia e da certeza de que todos compartilham o mesmo chão. É um lembrete diário de que a diversidade não separa — ela enriquece.
Confresa, com seus muitos rostos e histórias, mostra ao Brasil que é possível sim viver juntos, com respeito, com amor e com orgulho das raízes que nos sustentam.